terça-feira, 23 de dezembro de 2014

Manobra de Kristeller! Saiba mais sobre essa violência obstétrica!!!

Maternidade de São Paulo proibe Kristeller e reconhece violência obstétrica!!!
http://maternar.blogfolha.uol.com.br/2014/12/16/hospital-proibe-manobra-de-krilsteller-e-reconhece-violencia-obstetrica/

Com esta reportagem que vi essa semana começo meu post de hoje...
Inúmeras mulheres sofrem esse tipo de violência obstétrica todos os dias na hora do parto! Mas, afinal, o que é esta tal manobra de Kristeller?
Existem algumas manobras que são utilizadas na hora do parto que podem auxiliar ou prejudicar mãe e bebê e dentre as que prejudicam está a manobra de Kristeller.
A manobra de Kristeller é uma manobra obstétrica criada pelo ginecologista alemão Samuel Kisteller em 1867. Esta manobra consiste na aplicação de pressão no fundo do útero durante o período expulsivo para adiantar a saída do bebê. É um procedimento rotineiramente usado por obstetras, pediatras, fisioterapeutas, enfermeiros... que podem trazer graves consequências para mãe e bebê.



Riscos para o bebê

- Aumento da probabilidade de um parto difícil com complicações relacionadas aos ombros do bebê (fratura de clavícula, trauma encefálico, descolamento do músculo esternocleidomastoideo);
- Paralisia de Erb – consequência de lesão nos nervos do plexo braquial, que controlam os movimentos de ombros, braços e mãos;
- Fratura de úmero ou de costelas;
- Hipoxia – sofrimento para o feto com diminuição ou ausência de oxigênio necessário ao feto por meio da placenta;
- Lesões de órgãos internos;
- Hematomas;
- Aumento da pessão intracraniana, cefalohematoma, hemorragias intracraniais (especialmente quando o parto é instrumentalizado).

Riscos para a mãe

- Hemorrogias e contusões;
- Rotura uterina e inversão uterina, que podem provocar hemorragias graves e, em casos extremos, desembocar em extirpação do útero; Ou seja, a mulher pode perde seu útero!
- Aumento do risco de descolamento do períneo e/ou da vagina em terceiro ou quarto grau;
- Prolapso urogenital (quando os órgãos genitais internos da mulher – útero, ovários, trompas de Falópio, bexiga e os canais musculares que formam a vagina, o reto e a uretra – se projetam para fora, empurrando as paredes vaginais ou retais;
- Desprendimento prematuro da placenta;
- Fratura de costelas;
- Contusões

O que fazer para evitar esta prática desnecessária?

Realizar esta manobra não é uma boa prática médica. Ela pode ser evitada utilizando-se alternativas como as seguintes:
•Verticalidade e liberdade de movimentos durantes todas as fases do parto, já que a posição de litotomia dificulta a descida do bebê;
•Respeitar o ritmo de cada parto e os tempos da mãe e do bebê. Permitir que a mulher possa parir em condições ótimas para um bom desenvolvimento do parto: com intimidade, privacidade e acompanhada pela pessoa que deseja;
•Não provocar as contrações nem forçá-las antes que a mulher sinta necessidade;
•Oferecer e utilizar outros métodos alternativos à epidural, caso a mulher assim decida;
•Se houver necessidade de utilizar anestesia epidural, que seja em doses baixas (walking epidural) que possibilite à mulher liberdade de movimento durante o trabalho de parto.

A manobra de kristeller é reconhecidamente danosa à saúde e, ao mesmo tempo, ineficaz, causando à parturiente o desconforto da dor provocada e também o trauma que se seguirá indefinidamente 
 Essa manobra é proibida em alguns países e não é recomendada pela OMS. NÃO É INDICADA em caso algum!

E o que nós mulheres podemos fazer para que não soframos essa violência obstétrica?

Primeiro, se informar e conhecer sobre estas práticas. (Isto vc está fazendo neste momento);
Segundo, Construir seu plano de parto (em breve estarei postando sobre esta ferramenta) e leva-lo para seu obstetra ou à maternidade no dia do parto.
Terceiro, conduzir seu parto com movimentos, exercícios para ajudar seu bebê no caminho que ele vai percorrer.

Referências:
http://www.warmismulheresbolivianas.com.br/blog/manobra-de-kristeller-violencia-no-parto/
http://maternar.blogfolha.uol.com.br/2014/12/16/hospital-proibe-manobra-de-krilsteller-e-reconhece-violencia-obstetrica/
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sábado, 20 de dezembro de 2014

Doula: Mulher que serve a outra mulher!!!

  Hoje vim falar com muito prazer, amor e orgulho de uma profissional que está fazendo grande diferença nos partos no Brasil e no mundo, a Doula!!!
   Doula é uma palavra de origem grega que significa mulher servente. Historicamente, foi usada para descrever aquela que assiste a mulher em casa após o parto, cozinhando para ela, ajudando a cuidar das outras crianças, auxiliando nos cuidados com o bebê, entre outras atividades domésticas. No contexto atual, este termo refere-se àquela que está ao lado, que interage com, que ajuda a mulher em algum momento durante o período perinatal, seja na gravidez, no trabalho de parto ou nos cuidados com o bebê. 

O que a doula faz?

Antes do parto: Ela orienta o casal sobre o que esperar do parto e pós-parto. Explica os procedimentos comuns e ajuda a mulher a se preparar, física e emocionalmente para o parto, com dialogo, explicações exercícios.

Durante o parto: A doula funciona como uma interface entre a equipe de atendimento e o casal. Ela explica os complicados termos médicos e os procedimentos hospitalares e atenua a eventual frieza da equipe de atendimento num dos momentos mais vulneráveis de sua vida. A doula, além do apoio emocional, deve fornecer informações à parturiente sobre todo o desenrolar do trabalho de parto e parto, intervenções e procedimentos necessários, para que a mulher possa participar de fato das decisões acerca das condutas a serem tomadas durante este período. Durante o trabalho de parto e parto, a doula:
Orienta a mulher a assumir a posição que mais lhe agrade durante as contrações;
Favorece a manutenção de um ambiente tranquilo e acolhedor, com silêncio e privacidade;
Auxilia na utilização de técnicas respiratórias, massagens e banhos mornos;
Orienta a mulher sobre os métodos para o alívio da dor que podem ser utilizados, se necessários;
 Estimula a participação do marido ou companheiro em todo o processo;
Apoia e orienta a mulher durante todo o período expulsivo, incluindo a possibilidade da liberdade de escolha quanto à posição a ser adotada.
Segurar a mão da mulher, respirar com ela, prover encorajamento e tranqüilidade.  oferece apoio psicológico. 

Após o parto: Ela faz visitas à nova família, oferecendo apoio para o período de pós-parto, especialmente em relação à amamentação e cuidados com o bebê.

A doula e o pai ou acompanhante

A doula não substitui o pai (ou o acompanhante escolhido pela mulher) durante o trabalho de parto, muito pelo contrário. O pai muitas vezes não sabe bem como se comportar naquele momento. Não sabe exatamente o que está acontecendo, preocupa-se com a mulher, acaba esquecendo de si próprio. Não sabe necessariamente que tipo de carinho ou massagem a mulher está precisando nessa ou naquela fase do trabalho de parto.
Eventualmente o pai sente-se embaraçado ao demonstrar suas emoções, com medo que isso atrapalhe sua companheira. A doula vai ajudá-lo a confortar a mulher, vai mostrar os melhores pontos de massagem, vai sugerir formas de prestar apoio à mulher na hora da expulsão, já que muitas posições ficam mais confortáveis se houver um suporte físico.

O que a doula não faz?

A doula não executa qualquer procedimento médico, não faz exames, não cuida da saúde do recém-nascido. Ela não substitui qualquer dos profissionais tradicionalmente envolvidos na assistência ao parto. Também não é sua função discutir procedimentos com a equipe ou questionar decisões.

Vantagens de ter uma doula

As pesquisas têm mostrado que a atuação da doula no parto pode:
  • diminuir em 50% as taxas de cesárea
  • diminuir em 20% a duração do trabalho de parto
  • diminuir em 60% os pedidos de anestesia
  • diminuir em 40% o uso da oxitocina
  • diminuir em 40% o uso de forceps.
Além das pesquisas comprovarem os benefícios das doulas durante o trabalho de parto, um acompanhamento durante a gestação torna a mulher segura, informada e empoderada para que a mesma não sofra violência obstétrica e seu parto seja conforme sua vontade!!!

OBS: Felizmente não temos comprovação científica nem informações de alguma desvantagem que a presença da doula cause!!!

   A presença da doula no cuidado à mulher no período perinatal significa alívio da dor, apoio, coragem, amor e paz. Desenvolve uma escuta ativa, aprende a ser mais receptiva, e deixa a mulher falar quando sente necessidade, comunica-se por meio do toque, de atitudes, com o olhar, e principalmente, do cuidado. Assim sendo, promove autoconfiança, estimula a auto-estima da mulher, fazendo- a acreditar na sua capacidade. Para isso, a doula se amolda ao momento, estando plenamente integrada com os sentimentos da parturiente e respeitando a vontade de cada mulher. Este clima de acolhimento e respeito representa segurança e coragem para a mulher.

Agora que vc já sabe dessa super e importante ajude contrate uma doula para lhe orientar durante seu período gestacional ou procure uma maternidade que disponha das doulas comunitárias para lhe ajudar no trabalho de parto e parto.

Se a doula fosse um remédio, seria antiético não receitar!
John H. Kennel




domingo, 7 de dezembro de 2014

Lei do Acompanhante!!! Tire suas dúvidas

Você está gestante e quer a presença de um acompanhante no seu parto? Alguém da sua confiança, que vai te dar apoio, te deixar segura… pode ser seu companheiro, sua mãe, uma amiga. Você vai ser pai, a mãe do seu filho concorda com a sua presença no parto, você quer participar de tudo. Há leis que autorizam a participação do acompanhante no parto, então é só chegar lá na hora do parto e… Participar. Certo? Sim e não!!!
Sim, porque deveria ser assim.
Não, porque infelizmente poucas são as maternidades e hospitais que cumprem a Lei do Acompanhante.

O direito a um acompanhante no parto está garantido por 03 legislações:
·       LEI FEDERAL Nº 11.108 DE 07 DE ABRIL DE 2005, aplicando-se o direito ao acompanhante em hospitais do SUS e seus conveniados.
·       RESOLUÇÃO NORMATIVA DA ANS – RN Nº 262, DE 1 DE AGOSTO DE 2011 (no artigo 2º altera o artigo 19 da RN 211) aplicando-se o direito ao acompanhante em hospitais particulares.
·       RESOLUÇÃO-RDC Nº 36, de 03 DE JUNHO DE 2008 da ANVISA (cujo item 9.1 prevê que “o Serviço deve permitir a presença de acompanhante de livre escolha da mulher no acolhimento, trabalho de parto, parto e pós-parto imediato”) aplicando-se o direito ao acompanhante em hospitais particulares.

    Desculpas dadas pelas instituições:
·         A sala é pequena;
·         Acompanhante atrapalha o procedimento;
·         Acompanhante traz risco de infecção hospitalar;
·         A instituição não tem estrutura para um homem ser acompanhante;

Importância do acompanhante:
·         Diminui a chance de problemas no parto;
·         Diminui o risco de cesariana;
·         Acelera o trabalho de parto;
·         A mulher fica mais tranquila no trabalho de parto e parto;
·         Diminui o medo, a tensão, e consequente alivia a dor;
·         Diminui a ocorrência de depressão pós-parto;
·         Favorece o aleitamento materno;
·         Fortalece o vínculo mãe, pai e filho;
·         Previne a violência obstétrica.

O que fazer caso o hospital crie barreiras na entrada do acompanhante?
·         Ir à ouvidoria do hospital; Caso não surta efeito.
·         Formalize queixa no Ministério Público de sua cidade;
·         Ligue para Ouvidora Geral do SUS (136); Ou ainda
·         Acionar o Ministério da Saúde (Hospitais públicos), ANS (Hospitais particulares), PROCON, ANVISA, além das secretarias de saúde do Município e do Estado.

Envie um ofício

Para que não seja surpreendida pouco antes do parto, a mulher pode elaborar um ofício semanas antes do parto. A intenção é que o hospital saiba com antecedência que uma pessoa indicada irá acompanhar o parto
Faça duas vias, uma que ficará sob sua posse, e a outra de posse do hospital. Caso a instituição demore mais de duas semanas a assinar o documento, formalize queixa no Ministério Público de sua cidade. Se preciso, consulte um advogado.

Você fez tudo isso e o hospital se nega a cumprir a lei ou você fez tudo isso mas na hora de dar entrada no hospital a entrada do acompanhante foi negada. O que fazer então?

·         Registre Boletim de Ocorrência;
·         Se estava tudo certo e no momento da internação o hospital se negou a deixar entrar seu acompanhante, você terá a opção de chamar a polícia para que seja cumprida a lei naquele momento e local;
·         Para todos os casos acima, tenha em mãos (impresso em papel) todas as leis, portarias e resoluções;
·         Em todos os casos depois de negada a presença do acompanhante e ter efetuado o Boletim de Ocorrência, abra um processo contra a instituição, seja ela pública ou privada.


A lei já existe. Use as ferramentas legais para defender seu direito!














sexta-feira, 10 de outubro de 2014

Amamentação: Posição e pega correta do bebê!

Olá!!! Vamos dar continuidade aos assuntos relacionados à amamentação??
Nesse post falarei sobre a melhor posição para a mãe amamentar e a pega correta do bebê.

   A amamentação requer disposição, tempo e dedicação da mãe, pois o bebê deve mamar o tempo que ele achar necessário, não dá pra ser cronometrado. E para que esse momento não seja tão cansativo e nem cause dor, é de suma importância a mulher saber qual posição deve estar.


A posição



Uma boa posição é aquela em que a mãe e o bebê estão confortáveis!!!

As posições para amamentar podem ser:
  • A mãe está sentada e o bebê é deitado na horizontal e a mãe agarra-o com os braços;
  • A mãe está sentada e o bebê é colocado por baixo do braço da mãe;
  • A mãe está sentada e o bebê é colocado sentado, com as perninhas abertas como se estivesse num cavalo em uma das pernas da mãe;
  • A mãe está deitada de lado na cama e o bebê é deitado de lado e de frente para a mãe;
  • A mãe está de pé e segura o bebê pelas pernas dele.

A má posição  pode ser causa de:


 Dores nas costas;

 Mamilos gretados e dolorosos;

 Mamas ingurgitadas (muito cheias e dolorosas);

 Má produção de leite e por isso o bebé não aumenta bem de peso;

O bebé fica insatisfeito e por isso quer mamar a toda hora;

O bebé fica frustrado e por isso recusa a mama.

A pega correta

• O Bebê abre bem a boca
• Abocanha quase toda a aréola.
• Mantém boca bem aberta e acoplada ao seio
• Lábios evertidos (boca de peixe)
• Queixo do bebê encosta no seio
• Fica mais aréola visível acima da boca do bebê do que abaixo
• O Bebê suga, respira e engole de forma natural e coordenada
• Sucções lentas e profundas
• Mão em formato de “C”, apoiando a mama.
• Língua do bebê em contato com gengiva inferior
• Bochechas do bebê ficam arredondadas
• Bebê fixo no seio, sem escorregar

Seus dedos não devem pinçar o seio nem tocar a aréola. O apoio com a mão não é necessário, exceto em caso de seios muito grandes e pesados. Cuidado para não bloquear a descida do leite (não use dedo em tesoura). Cuidado para não colocar o dedo na aréola (onde o bebê deveria colocar a boca).



Quando a pega não está adequada:

• O bebê abocanha só o mamilo (o bico)
• O bebê não encosta o queixo
• A mãe sente dor na amamentação
• Bebê com bochechas encovadas
• Lábio inferior não fica evertido


6 dicas para uma pega e um posicionamento corretos:
  1. Apoie a palma da mão atrás do ombro do bebê e o dedo indicador e o polegar atrás das orelhinhas dele;
  2. Deixe a boca do bebê tocar levemente o seu mamilo afim de provocar o reflexo necessário;
  3. Acomode o bebê ao perceber que sua boca começou a se abrir;
  4. Preste atenção no lábio inferior do bebê (não na parte de cima!). o importante é que essa região esteja o mais distante possível da base do mamilo, assim o queixo dele pressionará um pouco a mama e, naturalmente, o mamilo abaixará um pouco e será coberto pelo lábio superior;
  5. Tente embrulhar os bracinhos do bebê para baixo, assim não ficarão no meio do caminho e a mãe conseguirá deixá-lo mais próximo do seio.
  6. Se a mãe estiver apoiando o seu seio com a mão, mantenha-a o mais longe do mamilo que conseguir e uma vez que o seio esteja bem ajustado, movimente apenas o bebê.
Assistam a ilustração a seguir e boa amamentação!!!




REFERÊNCIAS:

https://www.youtube.com/watch?v=DQj-Mn0c370
http://www.personalbebe.com.br/2013/08/campanha-amamentacao-6-dicas-para-uma.html
http://www.tuasaude.com/posicao-correta-para-a-amamentacao/

quinta-feira, 25 de setembro de 2014

Declaração da OMS sobre violência obstétrica!!! #Importante!!!

Boa noite queridos leitores!
No dia 23 de setembro de 2014, a Organização Mundial da Saúde (OMS) tornou pública, em português, uma declaração oficial para a PREVENÇÃO E ELIMINAÇÃO DA VIOLÊNCIA OBSTÉTRICA NAS INSTITUIÇÕES DE SAÚDE de todo o mundo
Que ótimooo!!!
E venho aqui divulgar para que o máximo de pessoas tenha conhecimento deste importante passo para que consigamos dar um basta na violência obstétrica no nosso País!
Nos últimos anos, vimos a violência obstétrica sair de uma situação de extrema invisibilidade para chegarmos até o dia de hoje, que consideramos como o mais importante marco para o reconhecimento da gravidade do problema e a necessidade de seu enfrentamento.
Podemos sim IMPACTAR e TRANSFORMAR essa realidade!!!

Segue o link da declaração:


Participe da Ação Violência Obstétrica 2014! #VOBR2014 #Leia #Divulgue #Compartilhe. 


 

sábado, 6 de setembro de 2014

Amamentação! Um ganho para a vida toda!!!

                                  


Boa tarde queridos leitores!!!
   Vamos falar hoje um pouco sobre Amamentação, um tema bastante conhecido, muito divulgado pela mídia, mas que é um ato, uma missão por vezes difícil....
  A amamentação é um processo fisiológico, natural, mas que PRECISA SER APRENDIDO!!! Isso mesmo, APRENDIDO! Muitas mulheres sofrem nesse período por falta de orientação e explicações que a ajude a amamentar sem traumas e dificuldades. A maioria das mulheres que já acompanhei no pós-parto têm dúvidas sobre posição, pega correta, composição e importância do leite materno e desde o pré-natal é essencial que a mulher seja preparada para que amamentar seja um ato prazeroso e importante!

  Vamos começar respondendo a seguinte questão: POR QUE AMAMENTAR??? Realmente tem benefícios? Vale a pena tanto sacrifício?

   O leite humano é muito diferente do leite adaptado, industrializado. Ele NUNCA conseguirá ser igual ao leite materno!!!
   O leite materno contém todas as proteínas, açúcar, gordura, vitaminas e água que o seu bebê necessita para ser saudável. Além disso, contém determinados elementos que o leite em pó não consegue incorporar, 
tais como anticorpos e glóbulos brancos. É por isso que o leite materno protege o bebê de certas doenças e infecções.


O aleitamento materno protege as crianças de:

Otites

Alergias

Vómitos

Diarreia

Pneumonias

Bronquiolites

Meningites

Outras vantagens do leite materno para o bebê:

Melhora o desenvolvimento mental do bebê;

É mais facilmente digerido;

Amamentar promove o estabelecimento de uma ligação emocional, muito forte e precoce, entre a mãe e a criança, designada tecnicamente por vínculo afetivo; Atualmente, sabe-se que um vínculo afetivo sólido facilita o desenvolvimento da criança e o seu relacionamento com as outras pessoas;

O ato de mamar ao peito melhora a formação da boca e o alinhamento dos dentes.

Amamentar tem vantagens também para a mãe: Obaaa!!!

A mãe que amamenta sente-se mais segura e menos ansiosa;

Amamentar faz queimar calorias e por isso ajuda a mulher a voltar, mais depressa, ao peso que tinha antes de engravidar;

Ajuda o útero a regressar ao seu tamanho normal mais rapidamente;

A perda de sangue depois do parto acaba mais cedo;

A amamentação protege do cancro da mama que surge antes da menopausa;

A amamentação protege do cancro do ovário;

A amamentação protege da osteoporose;

A amamentação exclusiva protege da anemia (deficiência de ferro).
As mulheres que amamentam demoram mais tempo para ter menstruações, por isso as suas reservas de ferro não diminuem com a hemorragia mensal;



Amamentar também é vantajoso para a família:

A amamentação é mais econômica para a família;
Basta multiplicar o preço de uma lata de leite em pó, pelo número de latas necessárias ao longo da vida da criança, e somar ainda o dinheiro gasto em biberões e tetinas.

O leite adaptado (leite em pó) é muito diferente do leite materno e a sua utilização tem riscos para o bebê:

Os leites artificiais usados habitualmente, são feitos a partir de leite de vaca. Por essa razão, o uso de leite artificial aumenta o risco de alergia ao leite de vaca;

As crianças que são alimentadas com leite artificial têm maior risco de vir a sofrer de otites, amigdalites, bronquiolites, pneumonias, diarreias, infecções urinárias e sepses;

As crianças alimentadas com leite em pó, além de terem maior risco de sofrer as infecções referidas, as infecções de que sofrem surgem com maior gravidade, porque o seu sistema imunitário não recebe a ajuda dos anticorpos, glóbulos brancos e outros factores imunológicos presentes no leite materno;

As crianças alimentadas com leite artificial têm maior risco de desenvolver linfomas;

As crianças que são alimentadas com leite em pó têm maior risco de vir a sofrer de Diabetes tipo I (insulino-dependente);

As crianças que são alimentadas com leite artificial têm maior risco de sofrer obesidade na vida adulta;

As crianças alimentadas com leite em pó têm maior risco de desenvolver eczema, asma e outras manifestações de doença alérgica;

A UNICEF calcula que um milhão e meio de crianças morrem por ano por falta de aleitamento materno. E não pense que é só nos países do terceiro mundo. Mesmo nos países industrializados muitas mortes se poderiam evitar com o aleitamento materno;

Genteeee, quantos benefícios tem a amamentação!!!! Você ainda tem dúvida se vai amamentar ou não?? Eu não tenho! rsrsrs...

 
Depois de ler e se encantar com a amamentação, você que está lendo esse post e que pensava em não amamentar, decidiu que quer amamentar, que entendeu a importância desse ato sublime! Belezaaa!!! Só que começam a aparecer milhões de dúvidas e insegurança... Mas não se preocupe que listarei a seguir as dúvidas mais frequentes que você poderá ter. Vamos lá!!!

  • Durante a gravidez, como posso me preparar para amamentar?

A melhor forma de se preparar para amamentar é ler e aprender, o mais que puder, sobre amamentação. 

É provável que vá encontrar informação muito contraditória sobre aleitamento materno e que se vá sentir confusa por causa disso. É muito importante que obtenha informação completa e atualizada sobre este tema visto que existem muitos mitos e práticas erradas (até mesmo por alguns profissionais de saúde) em matéria de aleitamento materno.
A OMS (Organização Mundial de Saúde) e a UNICEF, são organizações de referência para a defesa de uma boa saúde e dos direitos das crianças, e fornecem recomendações muito importantes sobre o que é necessário para amamentar com sucesso.

  • Durante a gravidez, a preparação dos mamilos para amamentar é importante ?

É recomendado que os mamilos sejam lavados apenas com água!!!
As manobras para modelar os mamilos, a aplicação de diversos tipos de cremes, a expressão de colostro durante a gravidez e a fricção dos mamilos não são eficazes como forma de preparação para amamentação e não evitam o aparecimento de problemas tais como a formação de gretas ou mamilos dolorosos. 

A aplicação de álcool ou a lavagem dos mamilos com sabonete (ou gel duche, ou outro agente detergente) aumenta a incidência de problemas tais como mamilos dolorosos. 


  • Posso não ter leite suficiente para o meu bebê ?

A imensa maioria das mulheres pode produzir leite suficiente para os seus filhos.

A causa principal que leva as mulheres a pensar que não têm leite suficiente é falta de informação, falta de apoio e de conhecimentos técnicos.
Quando o bebé mama ao peito, estimula as terminações nervosas que farão com que a sua mãe produza muito leite. 

Quanto mais o bebê mama, mais leite a mãe produz!!!

  • E se o meu leite for fraco?

Não existe leite fraco!
Se alguém lhe falar de "leite fraco" é porque está mal informado sobre aleitamento materno. o leite materno oferece ao recém nascido um alimento completo. Suas características bioquímicas variam de mãe para mãe, durante o dia, durante as diferentes fases da amamentação e até mesmo durante a mesma mamada.
1.Colostro: secretado no pós parto imediato até cerca de uma semana, caracteriza-se por um fluído amarelado e espesso, rico em proteínas e com menor teor de lactose e gorduras que o leite maduro, tem cerca de 67 kcal para cada 100 ml e um volume de 2 a 20ml por mamada. Rico em vitaminas A e E, carotenóides e imunoglobulinas confere proteção contra vírus e bactérias para o bebê e permite que ele libre o mecônio, suas primeiras fezes. Possui ainda fator bífido, responsável pelo crescimento da microbita intestinal e pela presença de Lactobacillus bifidus.
2.Leite de Transição: do 7º ao 14º dia de puerpério, apresenta aumento de volume e estabilização de sua composição.
3.Leite maduro: sua composição varia durante as fases da lacatação e contem, além das vitaminas A,D e B6, cálcio, ferro e zinco.
   Mães de recém nascidos pré termo (<37 sem) contém mais proteínas e lipídios e menos lactose, além de teores mais elevados de lactoferrina e IgA.
   Em relação aos nutrientes do leite materno, as proteínas classificam-se em caseína e proteínas do soro, sintetizados pela glândula mamária e albumina, enzimas e hormônios provenientes do plasma. Não há evidências de que a composição corporal ou os hábitos alimentares maternos influenciem na concentração de proteínas do leite humano, mesmo em mulheres desnutridas.
   A principal fonte de energia do leite materno são as gorduras, principalmente Triglicerídeos (98%). Nesse caso, o tipo de lipídeo consumido pela mãe e seu estoque de gordura corporal,  influenciam diretamente a composição de ácidos graxos do leite materno, exceto a de colesterol.
   O principal carboidrato é a lactose (aprox. 70g por litro). Ela é fundamental na absorção de minerais como cálcio e  ferro e sua concentração parece não sofrer influência da dieta materna.
   Os minerais presentes no leite (Ca, Fe, Zn, Cu, etc) são altamente biodisponíves se comparados ao leite de vaca ou a fórmulas infantis. Sua concentração não é afetada pela alimentação da mãe. Já as vitaminas (A,D,E,K,C e complexo B) têm sua concentração influencida diretamente pela dieta materna, daí a importância de uma alimentação variada e balanceada.
Enfim, não há dúvidas de que o leite materno é o alimento ideal para o recém nascido, exclusivo até o 6º mês e complementado até 2 anos.
Tá vendo aí como o leite materno é completo para o seu bebê?? #Fantástico!!!

  • De quanto em quanto tempo devo dar o peito ao meu bebê?

Depende do bebê: há bebês que têm necessidade de mamar frequentemente e durante muito tempo e outros que mamam mais espaçadamente e fazem mamadas mais curtas. Cada bebê tem a sua maneira pessoal de alimentar-se e sentir-se confortado.

Deixe o seu bebê mamar em regime livre, isto é, sempre que ele pedir. Livre demanda!!!
Um bebê pode desejar mamar passados 15 minutos de ter terminado uma mamada, ou pode passar 4 horas sem pedir o peito.
Contudo, deve certificar-se que o bebê está a mamar leite suficiente ou seja, ele deve mamar pelo menos 8 a 12 vezes, em cada 24 horas.
Quando o seu bebê tem fome ele pode fazer algum destes gestos:


- encostar o nariz ao seu peito

- fazer movimentos da boca em busca do mamilo
- fazer movimentos de sucção
- pôr as mãos na boca

- chorar
Nas primeiras 3 semanas de vida, o intervalo entre cada mamada não deve ser superior a 3 a 4 horas (o tempo é contado desde o início de uma mamada até ao início da seguinte). 

Se for necessário, você terá que despertar o seu bebê para que ele mame (durante essas primeiras semanas). 

  • Em cada mamada, deve mamar nos dois peitos ou apenas em um?

   A composição do leite é diferente no início e no final da mamada. O leite do início da mamada é mais aguado e contém a maior parte das proteínas e açúcares. Este leite inicial serve para saciar a sede do bebê.

   Á medida que mama, o leite vai-se tornando progressivamente mais rico em gordura. O leite do final da mamada é rico em gordura e por isso tem mais calorias ("engorda" mais do que o leite inicial).
   O bebê necessita tanto do leite inicial como do leite final. Por esta razão, é importante deixar que o bebê mame completamente do primeiro peito antes de oferecer-lhe o segundo.
   Espere até que o bebê se solte espontaneamente da mama. Só depois deve oferecer o outro peito. Algumas vezes pode aceitá-lo, outras vezes já estará saciado e não quererá mais.

   Na mamada seguinte, deve começar por oferecer ao bebê a mama que ficou mais cheia (aquela que antes tinha oferecido em segundo lugar e na qual o bebê mamou menos tempo).

  • Até quando devo amamentar o meu bebê?

Você deve amamentar até quando você e seu bebê desejarem!!!
Não há duas mães iguais nem dois bebês iguais.
Os benefícios da amamentação, quer para a mãe quer para o bebê, continuam enquanto esta durar.

  Estudos mostram que o leite materno é capaz de reduzir em 13% as mortes por causas evitáveis em crianças menores de cinco anos. Mais do que é evitado pela vacinação ou pelo saneamento básico, segundo a OMS. Em 2008, 41% das mães brasileiras amamentavam exclusivamente nos primeiros seis meses de vida do bebê. Atualmente, o Ministério da Saúde trabalha na elaboração de novo estudo e, observando a tendência de crescimento, estima um aumento, nos últimos seis anos, de 10,2% no número de crianças sendo amamentadas exclusivamente até seis meses.


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E aí? Deu pra esclarecer suas dúvidas?? Espero que sim!
No próximo post falarei sobre a posição e pega correta do bebê. Até lá!!!

Referências:
http://www.leitematerno.org/index.html
http://www.aleitamento.com/amamentacao/conteudo.asp?cod=1958
http://www.anutricionista.com/composicao-do-leite-materno.html

Gestação semana a semana! 6ª semana

    A cada semana os sinais da gestação vão ficando mais óbvios. O aumento das náuseas e até as roupas um pouco mais apertadas na cin...